segunda-feira, 29 de julho de 2013

Dos encantos e desencontros do amor

 

Porque ele é bonito e sabe como conquistar uma mulher.
Porque ele é livre, leve e solto e não se importa com a opinião alheia.
Porque ele é companheiro, amigo e carinhoso, e está sempre do meu lado em todos os momentos.
Porque ele é humano também, e já me magoou algumas vezes, e me fez sentir como se meu coração jamais voltasse a bater novamente.
Porque ele é simples e sua simplicidade é um encanto.
Porque ele gosta de música e tem um gosto pra lá de apurado.
Porque ele sabe como ninguém o que fazer para me tirar do sério.
Porque ele sabe como ninguém o que fazer para eu me sentir a pessoa mais amada desse mundo.
Porque ele penteia meus cabelos, mas diz que vai embora, ficar um mês longe de mim.
Porque meu coração se parte cada vez que eu lembro disso.
Porque eu sinto que não sei mais viver sem ele.
Porque me entristece saber que a distância entre nós é grande e eu não vejo a hora disso acabar.
Porque ele é meu melhor amor e melhor amigo.
Porque ele prometeu que ia me escrever uma carta, e eu espero ansiosamente por ela há sete meses.
Porque ele me apresenta os melhores filmes.
Porque ele entrou na minha vida e mostrou que eu posso ser uma pessoa melhor.
Porque somos duas pessoas completamente diferentes e parecidas, ou opostamente complementares.
Porque ele diz todo dia que me ama.
Porque ele faz planos de viajarmos pelo mundo.
Porque, às vezes, ele consegue ser a pessoa mais chata do mundo.

Porque ele é simplesmente ele. Eu sou simplesmente eu. E nós somos melhores juntos.

domingo, 28 de julho de 2013

E se a vontade bater...

Domingo frio, noite quieta. Estamos aqui, compartilhando do mesmo quarto, que numa tentativa severa de impedir a entrada de qualquer vento, encontra-se completamente vedado. A tentativa de aquecimento funcionou, ao contrário do que ocorre com nós dois, frios por dentro. Sinto-me incomodada por não saber exatamente o que fazer com essa distância de meio metro que mais parece meio quilômetro entre nós.

Hoje você acordou mais cedo, desceu para comprar pão, voltou antes mesmo que eu acordasse e me preparou um café, daqueles bem fortes, do jeito que gosto. Não sabia exatamente se agradecia ou se deixava passar esse seu feito, é estranho quando você passa a não se importar mais com alguém. Esse meu jeito de ser só atrapalha as vezes. Não puramente por ir de encontro à qualquer tipo de relacionamento, mas por não saber ao certo como lidar com o que o outro é e tem para me oferecer. Confesso que nunca é o suficiente.

O dia passou como todos os outros, ultimamente só o que fazemos é compartilhar do mesmo cômodo, com as cabeças em galáxias diferentes. Você e seu computador. Eu e meus livros. Nós e o abismo cada vez maior dentro do nosso quarto.

As coisas parecem desandar e esse sentimento de perda me consome, não quero nos perder. Por mais que meus defeitos sejam maiores que os seus, por mais que eu já não me importe tanto com você, por mais que nossa vida não seja a mesma e que nossos desencontros ultimamente tenham sido maiores que qualquer outra coisa, fico aqui pensando que a melhor coisa a se fazer é me abrir com você. Mas, será que você vai entender meus questionamentos e necessidades, procurar escutar minha sinceridade e lidar com as palavras até mesmo quando elas doerem?

Não prometo medi-las, esse nunca foi meu forte, mas prometo ser sincera. Prometo dizer a você tudo o que sinto e propor uma nova vida pra nós dois. Prometo abrir meu coração e minha alma e fazer valer a pena esses anos que passaram tão rápido.

Você está agora sentado na cama, com seu notebook apoiado nas pernas, parece bastante vidrado, seja lá no que você está lendo agora. Não sei nem como começar. Minhas pernas ficam dormentes e minha cabeça meio zonza só de pensar em quebrar este pacto de silêncio, mas não há mais como evitar. Sinto que, se dessa vez não fizer nada, amanhã será muito pior e cada vez mais nos distanciaremos. Isso não terá volta.

Desligo minha luminária, dou meia volta e me dirijo à você, que está tão distante de mim, agora. Começou com um - Ei - para não tardar a dizer tudo o que eu sentia. Foi a melhor decisão do meu dia. Sinto-me aquecida outra vez.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Sobre o medo de sofrer e o próprio sofrer.

O medo de sofrer é tão grave quanto o sofrer. Um, assim como o outro, não te deixam ser quem de fato é. Você age pelo medo e o medo age em você. Você dá asas a sua imaginação que já é hiperativa de natureza e deixa a voz do medo falar mais alto. As vezes em minha cabeça parece tão simples pensar nas coisas que mais tenho medo. As imagens vêm em segundos, melhor: milésimos de segundos. Mas vão embora com muita dificuldade, assombram, ficam ali, no subconsciente e não largam de mim.

Quando se dá asas ao medo, sua relação com as pessoas passa a ser mais frágil, porque você não consegue confiar 100% no que elas têm para te oferecer. Qualquer coisa se transforma em motivo para brigas, para desentendimentos. Primeiro, porque a pessoa nunca vai entender o que se passa em sua cabeça. Segundo, porque você nunca vai dar o braço a torcer para que a pessoa tente te influenciar a pensar de outra forma. É um buraco sem fundo. Antes nunca tivesse sofrido. Mas quem, de fato, está livre disso?

Certa vez encontrei esse texto pela internet. Vale muito a pena ler:

"Pensamentos passeiam por nossas mentes o tempo todo, sejam eles baseados em fantasias, realidade ou impressões (que ainda não se confirmaram como fatos). Cada um desperta em nós um sentimento particular: alegria, motivação, desejo, esperança... ou insegurança, medo, tristeza, raiva... Enfim, sentimentos humanos. Entretanto, mais do que classificá-los, nomeá-los ou imprimir neles qualquer julgamento de valor, quero despertar você para a diferença que grita entre aquilo que você assimila e aquilo que fica arranhando, incomodando, ferindo devagarzinho... insistindo em tirar a sua atenção de qualquer outra coisa... Um verdadeiro martírio na sua cabeça!

Pode ser uma desconfiança, uma intuição, uma palavra dita ou ouvida que soou estranho, um sentimento seu ou a percepção de um sentimento do outro. Enfim, muitas situações podem nos fazer mergulhar num incômodo mental com o qual não sabemos como lidar.

Sugiro que quando você se sentir diante deste impasse, lembre-se de uma verdade: tudo o que fica insistentemente pulsando em nossa mente, nos fazendo pensar mais e mais sobre o assunto, vai ganhando um tamanho muito maior do que o real.

Experimente fazer um teste: quando um pensamento lhe parecer insolúvel, grande demais, triste demais, grave demais, imperdoável demais, enfim, qualquer coisa demais, tente contar para alguém (obviamente para alguém em quem você confie). No momento em que você começa a transformar seus pensamentos em palavras, automaticamente eles começam a se redimensionar, a ganhar seu tamanho real... e você mesmo se dá conta de que havia certo grau de exagero, de irrealidade..."

O problema é que as vezes nem isso funciona...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013



As vezes eu sinto como se alguém muito melhor do que eu quisesse dar lugar a mim. Como se essa pessoa fosse meu verdadeiro eu, de quem eu nunca deveria ter abandonado ou tentado fugir.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Gaveta de mulher



Era uma vez uma simples gaveta que vivia no armário de uma mulher. Este armário era branco, alto e passava muita credibilidade por seu porte e design. Garanto que se ainda estivesse na vitrine de sua loja, chamaria atenção de muita gente por sua beleza e elegância.

Vez ou outra este armário passava por algumas mudanças; já foi realocado três vezes naquele quarto, perdeu sua porta direita no inverno passado, de forma a melhor se adaptar ao ambiente e já até sofreu algumas mudanças internas: hoje, por exemplo, a prateleira de livros deu lugar às bolsas, e as roupas de dormir dividem espaço com as roupas de ficar em casa. Parece tudo muito organizado e pacato olhando de fora, mas nem tudo são cores e estampas de flores ...

Certa vez, após aquelas grandes arrumações que precedem épocas comemorativas, como por exemplo: Aniversário, Natal e Ano Novo, aquela mulher chegou em casa, ávida por uma significativa transformação em seu armário e, após uma noite repleta de bolsas, vestidos, camisas e meias espalhadas pelo quarto, cada coisa finalmente encontrou seu devido lugar. Algumas roupas foram reaproveitadas e outras separadas para serem desfeitas, pois não tinham motivo para continuarem ali dentro.

A mulher então deu-se por satisfeita, concluiu seu trabalho em menos de 3 horas, sentia-se leve, animada e curtia a arrumação de cada coisinha. Sabe como é mulher, né? Qualquer coisa, longe da TPM, é motivo pra ficar animada, até mesmo uma arrumação no armário. Só que ela não sabia como explicar isto, era como se, por projeção, sua vida também estivesse se ajeitando em meio a todos aqueles pertences...

E foi aí que uma das decisões mais importantes de sua vida foi tomada. No canto direito inferior daquele armário havia uma gaveta sobressalente, ansiosa por ser preenchida. E, mais uma vez: sabe como é mulher né? Entupida de amor e êxtase, pensou que poderia ser uma “ótima idéia”, “pelo menos por um momento”, “até não se sabe quando”, dar essa gaveta pra ele, porque...”quem sabe, né”? “Vai que ele gosta”... “vai que dá certo? Não há nada de errado!”

Mulheres.

Mal sabia que dar sua gaveta era dar-se por inteiro. Era dizer: vem, entra na minha vida, mistura tuas coisas às minhas, vamos nos envolver ainda mais, podemos virar bagunça, podemos nos perder em meio de tantas coisas, podemos harmonizar cores e texturas, mas, se quisermos, temos sempre a opção de pararmos e cuidarmos do que é nosso, podemos perder tempo e arrumá-la juntos, podemos organizá-la e cuidá-la e só depende da nossa força de vontade pra que isso aconteça.

Relacionamentos são armários. Grandes estruturas, bonitas e fortes por fora. Coloridas, chamam atenção por sua beleza. Guardam pertences importantes, e por esses e outros motivos merecem credibilidade. Mas dentro do armário, em meio a todas aquelas gavetas e prateleiras, há a representação de como é nosso coração: porque nunca, ninguém terá possibilidade de saber o que realmente se passa por dentro dele, caso você não o abra de verdade.

Precisamos estar atentos ao momento de fazer essas adaptações em nossas vidas. Quero arrumar gavetas e ajustar prateleiras pra fazer jus à beleza que meu armário possui por dentro e por fora.

Só quem ama pode saber.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Para posteridade


Parece que foi ontem, ela ia embora para não sabe-se quando voltar e apostou numa loucura que deu certo. Entendi na marra o que significa saudade. 

Quase dois anos depois, recebeu inesperadamente uma missão que transformou sua vida por completo, pra melhor, para sempre: gerar um pequeno milagre.

E aí é que entra você, meu amor. Hoje, dia 10 de setembro de 2012, o meu mundo ficou melhor porque você chegou. Bochecha gordinha, olhinhos amendoados que mal sabem ficar abertos e um rostinho de anjo que me fez chorar copiosamente. Elis.

Queria estar aí pra ver esse bocão vermelho e esse nariz batatinha de perto, mas me contento com a foto que sua mamãe enviou. Ela é a pessoa mais feliz desse mundo.

Sei que hoje você nem sonha em ler e entender minhas palavras, mas daqui há alguns anos eu proponho que você veja e sinta o que a outra parte do meu coração está sentindo daqui do outro lado do mundo. Hoje sou metade, porque a outra está aí com você.

Provavelmente não estarei aí quando você falar sua primeira palavrinha, ou até mesmo quando aprender a engatinhar, muito menos estarei no seu primeiro dia na escola. Isso me mata por dentro. Mas prometo estar ao seu lado quando esse mundo louco parecer ser um lugar estranho, quando precisar de alguém (mesmo distante) para se abrir, falar sobre o tal menino que começou a puxar papo com você na escola, ou sobre aquela viagem que está pensando em fazer com suas amigas e ... sei lá, quando você não precisar de nada também!

Espero que, ao abrir esses olhinhos de anjo, possa ver amor em todos os lugares onde passar. Espero que, mesmo com a distância, você também me ame e pense em mim como uma pessoa que vai estar ao seu lado pro resto da sua vida.

Eu te amo.

Da sua madrinha,
Hannah.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Re- começo.



Fazia um tempo que ela não pisava por lá. Tinha medo de pegar gosto e não querer mais sair, e dar vontade de voltar todo dia.

Ok, problema nenhum nisso tudo. A não ser por seu medo ser, de fato, de se arrepender das escolhas que fez e perceber que a atitude de retornar àquele lugar seja sinônimo de retrocesso. Ou perda de tempo, por antes apostar em algo que nada tinha a ver com tudo aquilo.

Ela pensava demais. Ainda me questiono se isso tudo é fruto de tanta leitura.

Certa vez, em meio a um caminho que fazia diariamente em direção em seu trabalho, reparou numa árvore que nunca esteve ali ao logo daqueles três longos anos. Seria tamanha distração e falta de sensibilidade? Ou seria seu coração leve, agora mais doce e aberto ao mundo a sua volta? Olha o que o medo faz.

O medo nos deixa alerta, despertos e  ironicamente preparados. É por isso que, as vezes, sentir medo não nos coloca numa posição de desvantagem, porque a gente percebe o que acontece em nossa volta de uma forma diferente, temendo e ao mesmo tempo ansiando por enfrentar aquilo que mais nos toca. E ela, no auge dos seus sonhos e na inocência de seus simbólicos 24 anos, levou um fenomenal banho de água fria que muita bonitinha por aí sequer sentiu respingar.

Tantas dúvidas.

Poderia procrastinar, fingir que não ligava, esquecer a ânsia de estar lá mais uma vez, mas aquilo parecia ter sido feito pra ela. Era ali que devia estar, para sempre. Era ali que devia estar. Para sempre.

Então, voltou. E o medo se foi.

Era só recomeçar.